Como posso apaixonar-me por algo ainda tão desconhecido
Como posso apaixonar-me por um jeito que se apresentou a 5 minutos, entretanto tão íntimo para mim
Como consegui me despir tão rapidamente
Falo da minha alma, mas teria me despido roupadamente na mesma velocidade
Ainda não posso obter respostas, se não tenho quem as responda
Tenho somente indagações, de como?
Como posso passar o dia vendo um sorriso misterioso e fácil, um sorriso que
se abria e me mostrava toda sua essência, um movimento mandibular embriagado
Como posso voar se nem consigo me levantar (a melhor posição para se remeter lembranças é deitado), só almejo pensar naqueles movimentos
Como posso sentir tanto medo de ficar no “amor inventado”
Como posso querer uma voz cantando e ativando meus sentidos
se tais melodias não eram para os meus ouvidos
Eu, uma desconhecida para aquele corpo
Aquele corpo, já tão desejado, como se fosse meu
Como se eu o tivesse vasculhado há muito tempo
Como posso sentir uma sede tão grande daquele encontro de bocas, achado em um ambiente até então vazio, mas que em uma batida de asas tornou-se tão completo
Cadê o retorno de tais indagações? Não sei
Minha única afirmação é que tentarei me transportar todos os dias para pensamentos tão longe de mim
E que ficarei esperando ouvir tua voz via satélite